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Soft skills: expressando Valores

Atualizado: 6 de fev. de 2023


Num passado ainda recente, os profissionais eram avaliados principalmente pelas suas habilidades técnicas (hard skills) tais como a formação, os idiomas, o uso de ferramentas, qualidades que podem ser adquiridas e que são mensuráveis via certificações e diplomas.


Seu complemento, cada vez mais urgente devido as novas necessidades geradas inclusive pela pandemia, são as soft skills.


O termo soft skill surgiu no final dos anos 60 nas forças armadas dos EUA. Buscava-se identificar atributos para uma gestão capaz de motivar e liderar equipes através de uma abordagem mais humana e flexível.


Tratam-se de nossas habilidades pessoais de relacionamento e, portanto, intrínsecas à personalidade, desdobramentos das inteligências emocional e espiritual recentemente abordadas (ver artigo: Inteligência Espiritual). Gestores e colaboradores, repentinamente, se viram superados diante de novas necessidades motivacionais, estruturais, emocionais, de comunicação, etc. para as quais as tratativas são tão variadas quanto as personalidades de cada membro da equipe. Um desafio enorme.

Contudo, estas habilidades interpessoais são de complexo treinamento e de difícil mensuração. Não recebemos, por exemplo, um certificado de bom ouvinte. Escutar o outro pode ser treinado, mas é principalmente uma questão de humildade, de interesse, de respeito e de tolerância.


A grande maioria das pessoas não escuta para compreender. Enquanto o outro fala, já pensam em sua resposta, o que é praticamente uma (in)consciente negação das virtudes acima citadas.


São a manifestação de nossos valores que nos tornam bons ouvintes.


O mesmo acontece com as demais habilidades, mais elaboradas, como empatia, resiliência, colaboração e comunicação: todas são competências relacionadas ao comportamento individual, muito mais atreladas à personalidade e às experiências, do que à formação profissional.


Os soft skills são, portanto, as manifestações e aplicações de nossos valores éticos e vão muito além de uma abordagem profissional: expressam nossa maneira de ver o próximo!


Valores não se desenvolvem de maneira superficial, eles se enraízam. Identificar, aprimorar e aplicar nossos bons valores ocorre no trato do dia a dia e não apenas no âmbito profissional: se somos cordiais com o colega, também o deveremos ser com o vendedor de bala nos semáforos; se respeitamos o nosso superior, também o devemos fazer com os idosos; se escutamos a voz do cliente, também devemos ouvir a nossa consciência; se somos resilientes diante da pressão no trabalho, devemos também estar próximos daqueles que passam por dificuldades.


Não há empatia sem humildade, resiliência sem fé, comunicação sem respeito e, muito menos, colaboração com preconceito. Contudo, é fundamental que a política das empresas forneçam efetivamente condições culturais para estimular estas habilidades interpessoais. Isto passa, por exemplo, pela Diversidade, Inclusão, Equidade de gênero, Liderança participativa, Comunicação entre demais estratégias.

Além dos benefícios profissionais, aprimorar nossa maneira de conviver também contribui para uma sociedade mais justa, tolerante, pacífica, sustentável e honesta. A simples atenção à empatia, por exemplo, combate nossas atitudes preconceituosas, preserva o meio ambiente, estimula a caridade e desenvolve a comunicação entre todos os níveis sociais, raças e credos. Quem colabora, não joga lixo na rua. Quem respeita, não descrimina, entre tantas outras ações diárias ao nosso alcance.


Soft skills não são técnicas ou ferramentas para “fazer política”. É algo que, para ser genuíno, precisa vir de dentro, de nossa consciência e essência. É entender como somos, que todos dependemos de outras pessoas, ter a humildade de reconhecer nossas limitações e ter a atitude e a fé para sermos sempre melhores pessoas na história de nossa vida.

Para isto existem várias linhas filosóficas, analíticas, religiosas e científicas para nos orientar, de acordo com os nossos gostos e afinidades, já que a evolução intelectual, moral e espiritual é individual e intransferível, não há ninguém que o possa fazer por nós.


Entretanto, como fé ou convicções apenas são sinceras quando de fato atuam, rememoro ações elencadas por Chico Xavier / Emmanuel que, além de possuírem autoridade para tal, resumem o pensamento inicial deste artigo de uma maneira mais fundamental e prática:

A complexidade de muitas questões, profissionais e pessoais, diminui conforme avançamos em nossas pequenas ações do Bem, que pouco a pouco clareiam nosso horizonte e iluminam nosso futuro! As boas atitudes e posturas, tal como expressado no ditado “gentileza gera gentileza”, se perpetuam e se multiplicam através da exemplificação.


Nunca sabemos, quem nos observa...


Hendrik Wernick


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